quinta-feira, julho 20, 2006

Syd Barret


Syd Barrett se foi...só mais um aviso aos meus companheiros de som: estamos ficando órfãos, definitivamente.

Para quem curte o Rock´n´Roll clássico das antigas, não resta dúvidas, o fim está próximo. Quando penso nos meus roqueiros prediletos, chego a conclusão que posso contar nos dedos das mãos quantos ainda estão aí. Paul e Ringo, Waters e Gilmour, Clapton, Dylan, sei lá...o tempo passou, envelhecemos e assim como vai se tornando comum perder amigos e parentes temos que nos acostumar com a idéia de não termos mais um novo trabalho dos mestres que se vão...Raulzito disse que tudo pra ser chorado, já foi chorado, ledo engano, sempre tem uma lágrima sobrando, a morte de George Harrison me provou isso há alguns anos, vi um dos meus guitarristas prediletos morrendo depois de um longo período de sofrimento em função de um câncer, ele nos deixou de uma maneira tranquila, consciente da sua partida, como parece ter sido também a partida de Barrett. A notícia já esperada da morte de George me veio num começo de noite, sem esboçar muita tristeza acendi uma vela e fiz uma canção para Sweet George, minutos depois descobri que ainda tinha muito para ser chorado. A morte de Syd me veio aqui mesmo na NET, Barrett nunca foi um dos meus prediletos, sempre preferi o Pink Floyd de Waters e até mesmo o pop de Gilmour do que as obras de Barrett, porém sua alma sempre esteve presente na banda, nas homenagens que lhe prestaram em diversos discos e canções; e sem dúvidas no espírito dos integrantes, não foi à toa que Gilmour a um tempo atrás respondendo a um repórter quem gostaria de ter de volta na banda, Waters ou Barrett, afirmou: Waters pela lógica e Barrett pelo coração...mesmo não sendo apreciador da obra de Barrett (e talvez mesmo não a conhecer ou entender direito) sempre me intriguei com tal personalidade, em outras épocas tinhámos Sócrates ou Nietzsche hoje temos Barret ou Lennon, pois agora essas mentes se unem na imortalidade de suas obras, e sei que daqui a algum tempo alguém vai ouvi-los como hoje nós lemos Platão, ou ouvimos Beethoven, não é fanatismo, mas o rock foi muito além do que pretendia, muito além da mera música de entretenimento até se tornar a válvula de escape para os pensadores de nossa época.


Bem, vocês me desculpem mas agora eu vou embora...

Fotos: Syd Barrett em 1967 e 1990.