domingo, julho 22, 2012

Maria McKee - You Gotta Sin To Get Saved (1993)



Nas últimas postagens sobre discos, falei de duas cantoras e compositoras que gosto, não foi premeditado, na verdade a única coisa que pensei é que escrevi pouco sobre discos no blog e resolvi dar uma garimpada na minha coleção e falar de alguns dos meus álbuns prediletos. Por obra do acaso, apareceu mais um disco de outra cantora e compositora na reta. Maria McKee é o nome da moça, americana, ex-integrante da banda Lone Justice.

Esse disco foi uma descoberta da era pré-internet quando não era tão fácil conhecer artistas que não estavam expostos na grande mídia (embora tenha feito muito sucesso nos EUA, Maria Mckee, por exemplo, nunca emplacou por aqui) e, acredite se quiser foi comprado de um vendedor de rua que trabalhava com CD's originais. Sim, já houve isso (pelo menos eu conheci alguns em BH), vendedor de rua de CD’s originais novos e usados, incluindo artistas desconhecidos e com direito a discman para testar e/ou conhecer o disco e foi dando uma ouvida rápida que resolvi levar esse CD. Maria McKee faz um pop com influências soul e folk e uma pegada blues/rock nesse álbum lançado em 1993.

“I’m Gonna Soothe You” abre o disco, parceria de Maria Mckee com Bruce Brody e Marvin Etzioni que fazem parte do enorme time de músicos que participam do álbum, um roquinho suingado com a participação das Waters Sisters nos backings vocals somando a bela voz de Maria, uma guitarra com um riff malandro à la Keith Richards passeia pela canção, aliás, o álbum produzido por Don Was em diversos momentos lembra um pouco a sonoridade dos Rolling Stones, na letra a garota resolve cuidar do namorado da amiga que não dá o devido tratamento ao rapaz. “My Lonely Sad Eyes “é uma regravação do grande Van Morrison, caiu muito bem na voz da cantora e essa é a principal diferença em relação ao arranjo gravado por ele, o instrumental, embora um pouco mais “cheio” (com um órgão Hammond fazendo aquela “cama” clássica) e vigoroso não foge muito do registro original. Na sequência duas boas composições solitárias de Maria, a balada “My Girlhood Among The Outlaws “e o country “Only Once” com uma sonoridade bem caipirona muito bacana. “I Forgive You”, ótima balada gospel de Maria Mckee em parceria com a cantora e compositora inglesa Sam Brown dá margem para ela soltar a voz com toda alma e energia, mais uma vez com o apoio das Waters Sisters que caem como luvas nesse tipo de canção. “I Can’t Make It Alone” trata-se de uma regravação da dupla de compositores Gerry Goffin e Carole King, bons intérpretes sempre têm o dom de fazer com que qualquer música que cantem soe como de sua autoria e é o que Maria Mckee faz nessa faixa que virou um rock muito interessante. O folk se faz presente em “Precious Time” com direito a gaitinha e tudo, composição dos guitarristas, Gary Louis e Mark Olson que também integram o time de músicos que participaram das gravações. Van Morrison reaparece na faixa “The Way Young Lovers Do”, outra música que Maria Mckee garimpou do repertório do compositor e regravou com muita personalidade, menos suingada que a versão de Morrison, acabou soando como um blues meio psicodélico. Também de autoria de Maria, Brody e Etzioni é a canção “Why Wasn´t More Grateful” , outro gospel com belos metais. Para fechar o disco, a canção título: “You Gotta Sin To Get Saved” de autoria de Maria, Brody, Etzioni e Sam Dogg, costumo dizer que grandes discos começam com bons nomes, pois esse começa e termina.

Posfácio: como esse disco tinha uma lista muito grande de músicos participantes (eu sei que isso não é uma desculpa), resolvi omitir essa informação no texto (até me senti traindo a classe da qual faço parte, rs), citando apenas os músicos que participaram das gravações e também de composições, mas o Baratta, amigo e leitor atento do blog chamou minha atenção para a participação do Jim Keltner na bateria que só pra começo de conversa tocou em vários discos das carreiras solos de Ringo Starr, George Harrison e John Lennon. Então aí vai a lista completa dos músicos que tem ainda a Maria Mckee ao piano e guitarras-base.

Maria McKee - piano, guitarra-base, vocais
Jon Auer - background vocals
Bruce Brody - órgão, piano, órgão Hammond, background vocals, palmas, Wurlitzer
David Campbell - regência
George Drakoulias - bateria
Marvin Etzioni - baixo, guitarra, bandolim, background vocals, palmas
Don Heffington - percussão, bateria, background vocals, palmas

The Jayhawks
Jim Keltner - bateria
Dale Lavi - palmas
Gary Louris - guitarra, background vocals, palmas

The Memphis Horns 
Spyder Mittleman - saxofone
Bud O'Brien - baixo
Mark Olson - violão, guitarra, gaita, background vocals, palmas
Nicol Sponberg - palmas
Ken Stringfellow - background vocals
Benmont Tench órgão, piano, órgão Hammond, background vocals, palmas, Wurlitzer, órgão Vox
Mike Utley - piano
Don Was – baixo

Waters Sisters
Julia Waters - background vocals
Maxine Waters - background vocals
Edna Wright - background vocals
                                                                                                                                                                                    

domingo, julho 08, 2012

BALANÇA ZAP - 10 ANOS ZAP18




No próximo sábado, dia 14/07 tem mais uma edição da festa/show Balança Zap comemorando os 10 anos da Cia. Teatral ZAP18. Dessa vez, além de participar da produção, também estarei tocando, primeiro junto com músicos e atores da ZAP18 relembrando músicas da trilha de algumas das peças montadas pela companhia e depois com a banda Turma do Matoso criada com os amigos Francisco Falabella, Marcone Henrique e Warlei Campos especialmente para a ocasião, o repertório privilegia canções de Roberto, Erasmo, Tim Maia e Jorge Ben.

Para quem estranhar o nome da banda, Turma do Matoso era como se auto-intitulava a turma que reunia essas quatro “figuraças”  bem antes de ser tornarem famosos e outros amigos no Rio de Janeiro na Barra da Tijuca no final dos anos 1950 na esquina da Rua do Matoso com Haddock Lobo, desses encontros surgiriam as bandas The Sputniks da qual faziam parte Roberto Carlos, Tim Maia, Arlênio Lívio e Wellington; e The Snakes, montada por Wellington após o fim dos Sputniks com formação que trazia Erasmo Carlos, Zé Roberto “China” e Edson Trindade (compositor, entre outras músicas, de “Gostava Tanto de Você”, sucesso anos mais tarde na voz do amigo Tim). O ponto de encontro da turma era o Divino Bar, ali, eles se reuniam com outros amigos, entre eles Jorge Ben e Dedé Marques que foi inicialmente baterista e segue até hoje como percussionista da banda de Roberto Carlos.

Bem, postagem curta, mas deu para explicar a origem do nome da banda, não é? Penso inclusive que a verdadeira Turma do Matoso merece uma postagem contando mais detalhes da sua história aqui no rockngeral. Aguardem!

No mais, estão todos convidados para o aniversário da ZAP18!

Grande abraço e ate lá!

BALANÇA ZAP - 10 ANOS ZAP 18

Local: Sede da Zap18 - Rua João Donada, 18 - Bairro Serrano (clique AQUI e veja o mapa)

Data: 14/07 (sábado)

Horário: 19h

Para maiores informações podem acessar o site: www.balancazap.blogspot.com ou a página do evento no facebook: http://www.facebook.com/events/254878364628156/