Eu costumo dizer que se existe uma banda de Rock´n´Roll no Brasil essa banda chama-se Barão Vermelho, formada no início dos anos 80 por cinco garotos cariocas, o Barão já completou mais de duas décadas de existência, passando por mudanças de integrantes e sobretudo superando a saída do vocalista e compositor Cazuza após o terceiro disco “Maior Abandonado”. Depois de uma pausa após o lançamento de “Balada MTV” em 1999 quando os integrantes se dedicaram a projetos solos, gravando, produzindo e tocando com outros artistas, a banda retornou com tudo em 2004 com o disco auto-intitulado “Barão Vermelho”, também nome do primeiro álbum lançado em 1982.
Frejat que durante essa pausa lançou dois discos (“Amor pra recomeçar” e “Sobre Nós 2 e o Resto do Mundo”) retorna agora nesse segundo intervalo na obra do Barão ao seu projeto solo com um enfoque um pouco mais pop e romântico (engana-se quem possa imaginar que ele caia nas baladas água com açúcar, Frejat ainda que possa querer evitar mantém sua pegada e atitude roqueira). Tive o prazer de assisti-lo pela primeira vez na abertura do show de Eric Clapton na Praça da Apoteose no Rio de Janeiro em 2001 e agora mais uma vez em Belo Horizonte em show ocorrido no último dia 14 de julho, acompanhado de uma banda competente formada pelos músicos, Billy Brandão (guitarra), Marcelo Costa (bateria), Bruno Migliari (baixo) e o eterno companheiro de Barão, Maurício Barros nos teclados, Frejat desfilou alguns sucessos da carreira solo (“Sobre Nós 2 e o Resto do Mundo”, “Segredos”, “Túnel Do Tempo”) do Barão (“Bete Balanço”, “Por Você”, “A Chave da Porta da Frente”, “O Poeta Está Vivo”) composições suas gravadas por outros artistas (“Malandragem”) e canções de outros compositores, caso do clássico da música brasileira composto por Pixinguinha e João de Barro, “Carinhoso”, “Ainda é Cedo” da Legião Urbana e “Carpinteiro do Universo” de Raul Seixas e Marcelo Nova tocada num momento intimista voz e violão em que o destaque ficou com a música “Como é grande o meu amor por você” do Rei Roberto Carlos. Frejat perguntou a platéia se gostariam de ouvir Roberto Carlos, ao que me pareceu, a maioria disse não, como não entendeu (ou fingiu não entender) ele respondeu que iria tocar e começou: "eu tenho tanto pra lhe falar...” os outros versos foram cantados por TODO o público de maneira emocionada e ainda recebeu o aplauso mais caloroso de toda a apresentação com a aprovação mais uma vez de Frejat dizendo: “O Robertão é demais!!!”. No bis ele retornou e declarou: “vou tocar mais uma do Roberto Carlos” e soltou uma versão muitíssimo interessante de “Só vou gostar de quem gosta de mim” de Rossini Pinto, registrada pelo Rei no mesmo disco da canção já citada, Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, trilha sonora da primeira fita estrelada pelo cantor nos cinemas.
Dá para perceber que Frejat leva em diante um trabalho tranqüilo, menos pretensioso (no bom sentido) que o gigante Barão Vermelho, coisa de quem sabe o que faz e não precisa provar mais nada, nem mesmo que tem competência para se desligar da banda e levar em frente um carreira solo vitoriosa.
Ah, apesar de tudo, espero ver o Barão nos palcos novamente...
e à direita Sobre Nós 2 e o Resto do Mundo.
Obs: a foto no alto não é do show aqui citado.