Lado A
Life in a
Nothern Town
The Edge of
Forever
(Johnny)
New Ligth
In Places
on the Run
This World
Lado B
Bound to Be
Moving On
The Love
Parade
The Party
One Dream
Sem o mínimo medo de parecer superficial confesso que comprei
esse disco só pela capa, em especial pelas roupas bacanas que os integrantes
estão usando e a bela Kate St. John. Não me recordava de ter escutado a banda
antes (segunda metade da década de 1990), mas como estava bem barato na ocasião
resolvi levar (o preço teria sido um real? Naquela época, quando as lojas
estavam se desfazendo de seus estoques de vinis era comum achar umas promoções
assim) e acabei pegando junto outro disco deles que também estava dando sopa na
loja “A Different Kind Of Weather” porque
tinha uma releitura de “Love” do John Lennon (inclusive, a gravadora “suja” a
capa anunciando que a canção era tema de uma novela), bem bacana essa gravação.
Só agora descobri que eles lançaram apenas mais um disco além desses (a
internet tem lá seu valor). Os dois discos dessa banda inglesa ficaram meio esquecidos no meio da
coleção e até o momento que escrevo esse texto, eu nunca havia lido nada sobre
a banda, estranha sensação para mim que sempre fui super ligado nesses
detalhes, porém nunca encontrei informações sobre eles nas revistas nacionais que
eram as únicas fontes disponíveis na época, tudo que eu sabia era o que
constava nas capas e encartes e no caso desse disco as referências que ficaram
em minha mente eram a produção de Mr.
David Gilmour (juntamente com Nick
Laird-Clowes) e da participação de Guy
Pratt que veio a ser o baixista do Pink
Floyd na fase pós-Waters. Há anos sem escutá-lo resolvi colocar pra tocar
hoje e me surpreendi, curti como nunca o havia curtido até então.
The Dream Academy
tem o clássico título do primeiro álbum de boa parte das bandas de rock e pop
levando apenas o nome da banda. Veio-me logo de cara aquela sensação de um som meio datado dos anos 80, embora na minha cabeça o disco fosse dos anos 90, para
minha surpresa, ao conferir, me dei conta que é de 1985. Muito do som que se fazia na época está nele, muitos
teclados, sintetizadores, bateria eletrônica, excesso de reverb nos vocais, mas
ele é repleto de belas melodias e arranjos sutis, criados pelos seus integrantes
multi-instrumentistas, Gilbert Gabriel
nos teclados e vocais; Nick Laird-Clowes
nas guitarras, harmônica e vocais principais (também autor das interessantes
letras do trio e possui um timbre vocal que lembra muito John Lennon em alguns
momentos) e; Kate St. John no oboé,
corne inglês, acordeom, saxofone tenor e vocais; a eles se somam um grande time
de instrumentistas que se alternam nas faixas do disco: Benedict Hoffnung nos tímpanos e percussão; Dave Mattacks, Jake Le
Mesurier, Tony Beard e o
brasileiro (e meu conterrâneo belo-horizontino) Bosco de Oliveira na bateria; o rodado Pino Palladino, Mickey Féat
e Guy Pratt no baixo; Chucho Merchan no baixo acústico; Peter Buck na guitarra; Gregg Dechert no órgão Hammond; Adam Peters no cello; David Defries no trompete; Caron Wheller, Sam Brown, June Lawrence
e Ingrid Schroeder nos backings
vocals; David Gilmour toca guitarra
em “Bound To Be” e violão em “The Party”. Não sei se foi a banda que convidou Gilmour para produzir porque tinham uma sonoridade próxima (o irmão de
David, Mark Gilmour participou da
formação inicial da banda e também integrou junto com Nick Laird Clowes a banda
The Act) ou se foi o Gilmour que
levou esse som para o The Dream Academy, mas sua presença na produção faz banda
soar muito parecida com o Pink Floyd daquela época, meio “A Momentary Lapse Of Reason”, embora esse tenha sido lançado
depois em 1987. Nick também colaborou em parcerias com Gilmour em canções para
o álbum “Division Bell “do Floyd. Entre
todas as canções do álbum, para variar, como é comum com bandas de rock e/ou
pop, a baladinha acústica “One Dream”,
quase esquecida no fim disco é a faixa mais bonita, tão bonita que só ela (e a
capa! rs) já valeriam o disco.
Ah, a edição em CD, como sempre, estragou a capa (não dê muito crédito às reproduções das imagens copiadas no blog, elas também desvalorizam o original) ao tirar a visão da paisagem ao fundo para focalizar os integrantes já que as imagens perderiam muito em definição com a redução do tamanho da impressão da foto do LP para o CD.