“É Preciso Saber Viver” (Titãs), “Devolva-me” (Adriana Calcanhoto),” Negro Gato” (Marisa Monte), “Eu Sou Terrível”, “Pare o Casamento” (Kid Abelha), “Quando”,
“ Pode Vir Quente Que Eu Estou Fervendo” (Barão Vermelho), “É Proibido Fumar” (Skank), “Se Você Pensa”, “O Calhambeque” (Lulu Santos), “Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e os Rolling Stones” (Engenheiros do Hawaii); o que essas canções carregam em comum?
Simplesmente o fato de terem sido compostas, gravadas, lançadas ou versionadas para o português por cantores ou compositores da chamada Jovem Guarda, programa de TV da emissora Record que entre 1965 e 1968 liderou audiência no país e propiciou o primeiro grande momento de cultura de massa por aqui. Essas regravações (citando apenas algumas mais recentes) mostram a permanência e a importância da Jovem Guarda. O que era para ser um simples programa exibido nas tardes de domingo para substituir a proibição dos jogos de futebol é considerado hoje como um movimento ou ainda um estilo de música, também chamado Iê, Iê, Iê, este nome por sua vez veio dos críticos norte-americanos que por não aceitarem os Beatles como uma banda de Rock´n´Roll, intitulavam sua música de Yeah, Yeah, Yeah, baseado nos refrões das canções “She Loves You” e ”It Won´t Be Long”(o filme A Hard Day´s Night foi batizado aqui de Os Reis do Iê, Iê, Iê). A realidade é que o Rock nunca mais foi o mesmo depois dos Beatles, nem a música brasileira a mesma depois da Jovem Guarda.
Encabeçado por Roberto Carlos (o Brasa), Erasmo Carlos (o Tremendão) e Wanderléa (a Ternurinha), o programa reunia a turma que vinha fazendo rock por aqui, claro que assim como os Beatles na Inglaterra tiveram suas influências do rock americano misturadas à sua própria cultura, não poderia ser diferente aqui ou em qualquer outro país onde o rock bateu, basta reparar as diferenças entre uma valsa francesa, uma alemã e outra brasileira, por exemplo. Então, era natural que esses artistas ao fazerem rock incorporassem elementos da nossa música, como as canções românticas dor-de-cotovelo, baladas, samba e da própria bossa nova. E através dessa mistura, pela primeira vez o Brasil teve uma música jovem, feita por jovens e para jovens. Entre os artistas que participaram dessa história são destacados os nomes, além dos três já citados: Eduardo Araújo, Silvinha, Ronnie Von, Jorge Ben, Waldirene, Ed Wilson, Jerry Adriani, Antônio Marcos, Martinha, Sérgio Reis, Rosemary, Leno e Lílian, Os Vips, Golden Boys, Trio Esperança, Vanusa, e as bandas Renato e Seus Blue Caps, Fevers, Os Incríveis, Jet Black´s, The Jordans, The Youngsters.
A Jovem Guarda além de música lançava também moda, as roupas dos astros eram imitadas, suas gírias (“papo firme”, “broto”, “é uma brasa, mora?”, entre outras) repetidas nas ruas e; algumas, assim como as canções resistem ainda hoje, 40 anos depois. Exatamente para conhecer, ou simplesmente relembrar essa época que no fundo parece jamais ter sido esquecida, ainda que estejamos falando de um país com fama de não ter memória, dois livros foram lançados no ano passado, Jovem Guarda Em Ritmo De Aventura, (Editora 34) de Marcelo Fróes, nos apresenta o antes, durante e depois da Jovem Guarda, de onde veio, o que fez e para onde foi cada um dos artistas que ajudaram a escrever essas páginas da música brasileira. Já o Almanaque da Jovem Guarda (Nos Embalos De Uma Década Cheia De Brasa, Mora?, Ed. Ediouro) de Ricardo Pugialli, também autor do livro “Os Embalos Da Jovem Guarda” mostra essa mesma história, porém como o título sugere, através de recortes, fotos e notas da imprensa, e no fim ainda conta com “Os Arquivos Secretos da Jovem Guarda” que tem até notas de um caderninho em formato de diário que Roberto Carlos manteve no ano de 1959, quando cantava bossa nova na boate Plaza em Copacabana. Os dois autores também já um escreveram um ótimo livro em parceria sobre os Beatles (Os Anos da Beatlemania), infelizmente fora de catalógo. Fica então aí a dica desses dois livros para quem quer conhecer melhor a história do rock na música popular brasileira. Como disse certa vez Eduardo Araújo: nem tudo que reluz é ouro, mas a Jovem Guarda teve momentos de autêntico Rock´n´Roll!!!
Fotos:Calhambeque(Esq. para dir.) Martinha, Erasmo Carlos, Roberto Carlos, Wanderley Cardoso, Eduardo Araújo e Wanderléa.
No palco do Jovem Guarda: Erasmo Carlos á esquerda e Roberto Carlos (guitarra) Wanderlá(a dire. de calça,)banda e dançarinas.
capas dos livros: Jovem guarda em Ritmo de Aventura e Almanaque da Jovem Guarda.
Post dedicado ao Leonardo Ribeiro (pelo interesse, valeu Brother) e Jéssica Bandeira (garotinha papo firme)...
Dicas de sites sobre os autores e os livros:
http://www.jovemguarda.com.br/
www.tucunare.bio.br
cara a formatcao ta igual de revista ta legal cara
ResponderExcluirum dia q minhas palpebras nao tiverem tao pesasdas eu juro q leio e as sobrancelhas parecem q tem 1 tonelada
mas a jovem eh iso q vc escreveu doido demais cara faloww
bracao mano!
Muito foda o post, meu. Dou moral. Tirou algumas dúvidas que eu tinha.
ResponderExcluirFaltam blog's que falam sobre a história da música brasileira. Não só o rock, como a bossa, a mpb e afins. E o seu cumpriu esse papel neste post.
Valeu pela dedicação do post.
Abraços.