O ano de 2011 rendeu
vários grandes shows em território brasileiro dos quais tive a oportunidade de
ver alguns já citados nessa série intitulada Só Pra Lembrar, a fartura foi
tanta que até Belo Horizonte foi premiada com a presença de Ringo Starr com
mais uma encarnação da sua All-Starr Band. A formação atual conta
com Rick Derringer (ex-McCoys) e Wally Palmar (ex-The Romantics) nas guitarras, Edgar Winter e Gary Wright (ex-Spooky Tooth) nos teclados, Richard Page (ex-Mr. Mister) no baixo, Gregg Bissonette (ex-David
Lee Roth) na bateria e Mark
Rivera (sideman/Billy Joel, Tony Bennet,
entre outros) no sax, a décima primeira das formações dessa banda
que já contou com Peter Frampton, Jack Bruce (Cream), Roger
Hodson (Supertramp), John Entwistle (The
Who), Greg Lake (ELP e King Crimson), Hamish
Stuart (sideman/Paul McCartney) e Billy Preston (que
gravou com os Beatles, Rolling Stones), para citar apenas alguns
dos mais "stars". O local escolhido
para a apresentação foi o Chevrolet Hall e teve os sete mil ingressos colocados
à venda esgotados.
Ringo
abriu a noite com It Don´t Come Easy, um dos grandes hits de sua carreira solo e já
emendou com Honey Don´t, música de Carl Perkins que ele
gravou com os Beatles para o álbum Beatles For Sale. Na sequência Choose Love,
outra da carreira solo e aí passou a bola Rick Derringer comandar os vocais em Hang On Sloopy,
sucesso com sua ex-banda The McCoys, muito famosa no Brasil na versão gravada
pela dupla Leno e Lílian como Pobre
Menina. Edgar Winter fez a sua Free Ride e Wally Palmar relembrou Talking
In Your Sleep, grande hit dos anos
1980 com a sua ex-banda The Romantics. Acomodado em sua bateria Ringo atacou com I Wanna Be Your Man, outra beatle-song e acompanhou Gary Wright na balada Dream Weaver do Spooky Tooth. Kyrie do Mr. Mister conduziu seu ex-integrante,
Richard Page aos vocais. Ringo voltou a cantar em The
Other Side Of Liverpool. Durante Yellow
Submarine, a mais famosa canção dos
Beatles entre as que o baterista fez o vocal principal, a platéia agitou balões
amarelos, o fato rendeu comentários do saxofonista Mark Rivera no blog do seu
site dizendo que palavras não podem descrever o quanto isso foi legal e que
estava aguardando para ver as fotos. Edgar Winter atacou com a instrumental Frankstein na qual fez solos de teclado, sax e percussão. Ringo cantou Back
Off Boogalloo; Wally Palmer, a
agitada What I Like About You também
dos Romantics e; Rick Derringer atacou com Rock and Roll,
Hoochie Koo. Ringo seguiu com Boys da dupla Luther Dixon e Wes Farrell,
originalmente gravada pelas Shirelles e que teve versão dos
Beatles com Ringo nos vocais em seu primeiro disco, Please Please Me.
De volta ao vocal Gary Wright fez Love Is Alive e Richard Page
emendou Broken Wings também do Mr. Mister, num show que
variava entre um clima anos 80 e 60, com uma pitada dos 70 em função de algumas
canções solo de Ringo como Photograph que ele cantou na
sequência e aproveitou para homenagear seu parceiro na canção, um tal George
Harrison (Salve George!). Act Naturally, de Johnny Russell e Voni
Morrison e sucesso com Buck Owens, outro cover gravado
pelos Beatles com Ringo nos vocais deu prosseguimento ao show que encerrou com
mais uma beatle-song de forma apoteótica e pacifista com With A Little
Help From My Friends do disco Sgt. Peppers fazendo um
medley com Give Peace A Chance da carreira solo de John
Lennon que curiosamente Paul McCartney também vem
cantando em suas últimas turnês. Será que só esses caras se tocam que o mundo
precisa de paz?
P.S.
Apesar de já saber de antemão o repertório apresentado na tour gostaria de ter
ouvido Octopus’s Garden dos Beatles e algumas outras canções da carreira solo
como Six O´Clock, I´m
The Greatest, You´re Sixteen e Hey Baby, mas valeu demais o show, até porque o Ringo era outro que eu já não
esperava que fosse pintar por essas bandas.
Fechando
essa série de grandes shows que vi em 2011, aproveito para relembrar (celebrar)
aqui também o maravilhoso recital de piano do músico russo Denis Kozhukhin que ocorreu no teatro Dom Silvério do mesmo Chevrolet
Hall interpretando obras de Brahms, Haydn e Lizst; a apresentação d’ O Messias de Haendel com a Orquestra
Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais e a ópera Nabucco de Verdi também com a Sinfônica e o Coral Lírico de Minas
Gerais.
Dando
crédito a quem tem: o título Só Pra Lembrar foi
inspirado no programa da TVE do Rio de Janeiro, apresentado por Albino
Pinheiro nos anos 90 que
resgatava vídeos de grandes momentos da música brasileira, entre a série de
preciosidades do programa, foi lá que ouvi e vi pela primeira vez a Rainha
Quelé, Clementina de Jesus.
Fotos
(Internet): 1. Eugênio Gurgel (Ringo com sua Ludwig especialmente decorada); 2.
Thiago Ventura (a banda e Ringo com seus tradicionais dedos em "V"
reforçando a mensagem da camisa com o símbolo da paz).
Pô mano, sensacional a tua postagem sobre o show. A riqueza dos detalhes, formação da banda, os integrantes, quem veio de qual banda, repertório, poxa... quero fazer uma postagem assim ainda. Mas quando vou pra show, o certo mesmo, hoje postando as coisas no blog, eu deveria ir com um caderninho, caneta pra ir anotando... Magina que eu faço isso rs. Geralmente estou pulando e curtindo, depois me dá a receita pra postar assim sobre um show. Estava lembrando aqui, Talking in Your Sleep, eu adoro essa música. Sobre o Ringo, poxa nem tem o que falar, ele é o máximo mesmo. Como ele disse no Anthology, a dupla Lennon e McCartney, ocasionalmente chegavam e diziam: Temos isso pra vc, essa ficaria legal vc cantando, coisas do tipo. Ainda em uma das entrevistas para o Anthology, ele disse que em determinada época ele começou a compor canções, mas quando ele via com mais atenção, ele só tinha reescrito uma canção antiga. Mr. Starr, segundo ele mesmo, era ótimo em reescrever sucessos de Jerry Lee Lewis. Bela postagem mano, parabéns.
ResponderExcluirPô bicho, eu viajei em algumas canções...meio como voltar no tempo, os anos 80 me parecem mais distantes que os 60. O Ringo parece ser um cara super relax mesmo, soube se adaptar e sobreviver ao peso de ter dois (três) grandes gênios ao seu lado e como disse John Lennon: Os Beatles não teriam sido o que foram sem Ringo Starr. Meu beatle predileto, hehe. Quanto à postagem, valeu mesmo! Ano passado quando rolaram todos esses shows eu não estava no mínimo pique para escrever.
ResponderExcluirLet´s Rock!!!