segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Keith Richards – Talk Is Cheap (1988)



Faz um bom tempo que eu queria comentar sobre esse álbum aqui, um “senhor” disco de Rock’n’Roll na sua mais completa essência. Talk Is Cheap é o primeiro álbum solo lançado por Keith Richards, o cara que é definitivamente a alma e o som dos Rolling Stones, digo isso sem o mínimo receio de estar errado, pois basta ouvir os trabalhos solos de Mick Jagger, por exemplo, para ver como soam um pop distante dos Stones, enquanto o disco de Keith traz em si a sonoridade da banda, a pulsação, o blues, a malandragem, tudo está lá. Guitarras, baixo e bateria em primeiro plano com um tecladinho aqui e ali, uma voz rouca e rascante que não se preocupa em soar perfeita (e se assim o fosse, não seria tão Rock’n’Roll).

O disco abre com Big Enough, música cheia de balanço com uma levada quebrada, baixo suingado tocado por Bootsy Collins e o sax de Maceo Parker dando um toque jazzístico improvisando por toda a faixa que conta ainda com o órgão de Bernie Worrell. Take Is So Hard é puro Stones, lembrando muito Start Me Up do disco Tattoo You de 1981 e Mixed Emotions do Steel Wheels que seria lançado no ano seguinte (1989), noutras palavras: um rockaço de primeira! Struggle segue na mesma linha, rock balançado e alto astral. I Could Have Stood You Up é um shuffle com destaque para o piano de Jonnhy Johnson e o sax de Bobby Keys, também músico de apoio dos Stones, assim como Chuck Leavell que aparece no órgão, além do ex-stone Mick Taylor na guitarra. Depois da porrada é chegada a hora da balada e assim como fez várias vezes nas suas incursões vocais nos Stones (vide Slipping Away, The Worst, entre outras), Keith manda a belíssima Make No Mistake em dueto com a cantora Sarah Dash, balada como só um verdadeiro rockeiro sabe fazer, para tomar um scotch e pensar naquela guria especial (ou talvez em todas elas). Mas para não ficar se lamentando, até porque o Rock nasceu para exorcizar a tristeza, Keith fecha o lado A (estou comentando a partir do vinil, ok?) com You Don’t Move dando aquele “chega pra lá” na mesma guria (ou nas mesmas).

O lado B vem na mesma pegada “isso que é Rock de verdade” com How I Wish, segue com a levada meio bebop de Rockwhile e emenda com a pulsante Whit It Up ambas com belos backing vocals de Sarah Dash e Patti Scialfa. Outra balada muito boa e que só reafirma o talento do compositor Keith Richards é Locked Away que tem uma leve sonoridade country reforçada pelo violino Michael Doucet. O disco encerra com It Means A Lot mantendo a linha do mesmo rock de classe que Keith desfila por todo o álbum. Todas as composições são assinadas por Keith em parceria com o baterista Steve Jordan com quem também dividiu a produção. Keith em momento algum parece tentar seguir a linha dos Stones, ele simplesmente está sendo ele mesmo, o que acontece é que ser ele mesmo é ser os Stones!

Keith Richards guitarra e voz
Charley Drayton – baixo
Bootsy Collins – baixo em Big Enough
Joey Spampinato – baixo em I Could Have Stood You Up e Rockwhile
Jimmi Kinnard – baixo em Make No Mistake
Steve Jordan – bateria, percussão e backing vocals
Ivan Neville – piano e teclados
Johnny Johnson – piano em I Could Have Stood You Up
Chuck Leavell – órgão em I Could Have Stood You Up
Bernie Worrel – órgão em Big Enough e You Don´t Move Me e clavinete em Make No Mistake e Rockawhile
Waddy Watchtel – violão guitarra, slide guitar e assistente de produção
Mick Taylor – guitarra em I Could Have Stood You Up
Sarah Dash – backing vocals e voz em Make No Mistake
Patti Scialfa – backing vocals
Michael Doucet – violino em Locked Away
Stanley “Buchwheat” Dural – acordeom em You Don´t Move Me, Rockwhile e Locked Away
Bobby Keys – saxophone tenor em I Could Have Stood You Up e Whip It Up
The Memphis Horns – metais
Willie Mitchell – arranjos de metais


Primeiro e demorado post do ano que começa com minha promessa de tentar manter uma regularidade maior nas postagens, como diz o título do disco do Keith, talk is cheap (falar é fácil) por isso só digo que tentarei, tentarei...e se a mensagem de ano novo de 2012 aos leitores do rockngeral foi inspirada no álbum Ram do Paul McCartney buscando otimismo, a dessa ano fica por conta desse disco do Keith: então vamos deixar de conversa fiada e fazer mais! Grande abraço a todos e um ótimo ano!



3 comentários:

  1. Ae mano, voltaste a postar, gostei. O mundo internetêro precisa dos seus textos. Os últimos discos que vc comentou eu baixei e acabei gostando. Como eu já vejo que vai ser o caso desse do Keith. A começar pela capa que dá vontade de imprimir e colocar em todo maço de cigarro que eu compro. Pois as fotos que vem são um saco hehe. Apesar de conhecer pouco da carreira dos Stones, Mixed Emotions e Steel Wheels é o que eu mais conheço. Por acaso eu estou com um cd de mp3 de Stones aqui emprestado de um amigo. Mas até agora não ouvi com atenção. Mas farei isso em breve. É até vergonha dizer, mas não conheço nada do Keith solo. Valeu pela dica, vou sair na caça desse disco e voltar pra recomentar. Abraço mano e posta mais...

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  2. Bicho, pode ir a caça mesmo porque vai gostar muito dele, não tenho dúvidas, discaço!

    No mais, valeu pela presença e vê se pára de fumar!!!

    Grande abraço!

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