Bem, esse disco já não é tão “new” assim, embora a resenha abaixo tenha
sido escrita próximo à data de lançamento, uma das minhas (quase regulares)
pausas no blog não me permitiu postá-la na época. De qualquer forma um disco de
Paul McCartney é quase sempre atemporal, então segue abaixo minhas “visões” do (ainda)
mais recente álbum lançado pelo Sir predileto da casa.
1. Save Us (McCartney/Epworth)
- Um riff com guitarra “rasgada” abre
o disco num clima alto astral. Rock melódico de primeira. Tem um quê do Paul
anos 80, mas também lembra muito o Queen,
seja pelo belos backings vocals, como
pela levada da música, mesmo o tema me lembra da música Save Me da banda. A criatividade melódica de Paul dá sinais de que
nunca irá acabar.
Paul McCartney: vocais, guitarras, baixo
Paul Epworth: bateria
Paul Epworth: bateria
Produção: Paul Epworth
2. Alligator (McCartney) -
Tem um pouco da sonoridade do Paul dos anos 90, na linha do seu disco Off The Ground. Dessa vez os vocais vão
para uma linha meio Beach Boys.
Novamente, um banho de melodia com variações inesperadas como o refrão que
surge como um breve e belo interlúdio vocal. Curiosamente como na letra
anterior Paul fala em precisar ser salvo: “I want someone who can save me” (Eu preciso de alguém que possa me salvar).
Paul McCartney: vocais, baixo, guitarra, glockenspiel, percussão, sintetizador,
celesta, play-me-a-song book
Rusty Anderson: guitarra
Brian Ray: guitarra
Paul 'Wix' Wickens: teclados
Abe Laboriel Jr.: bateria
Rusty Anderson: guitarra
Brian Ray: guitarra
Paul 'Wix' Wickens: teclados
Abe Laboriel Jr.: bateria
Produção: Mark Ronson
3. On My Way To Work (McCartney) –
A primeira balada do disco traz o mesmo misto de sonoridade vintage e moderna das faixas anteriores.
Violões e guitarras fazem a linha de frente, bem como executam belas frases que
entremeiam a canção.
Paul McCartney: vocais,
baixo, violão, guitarra, ciguitar, piano, bateria
Rusty Anderson: guitarra
Brian Ray: guitarra
Paul 'Wix' Wickens: guitarra, piano, acordeom
Toby Pitman: programação
Cathy Thompson, Laura Melhuish, Patrick Kiernan, Nina Foster: violinos
Peter Lale, Rachel Robson: violas
Caroline Dale, Katherine Jenkinson, Chris Worsey: violoncelos
Richard Pryce, Steve McManus: baixos
Rusty Anderson: guitarra
Brian Ray: guitarra
Paul 'Wix' Wickens: guitarra, piano, acordeom
Toby Pitman: programação
Cathy Thompson, Laura Melhuish, Patrick Kiernan, Nina Foster: violinos
Peter Lale, Rachel Robson: violas
Caroline Dale, Katherine Jenkinson, Chris Worsey: violoncelos
Richard Pryce, Steve McManus: baixos
Produção: Giles Martin
4. Queenie Eye (McCartney/Epworth)
- Um órgão solitário introduz a canção dando a sensação que ouviríamos uma
balada, mas a entrada dos vocais e demais instrumentos levam a música para um
lado inesperado: um rock psicodélico que ecoa com a fase Magical Mystery Tour, lembrando mais John (de I`m the walrus)
e George (de Blue Jay Way) do que Paul
(embora eu ouça nela algo meio You Never Give
me you Money).
Paul McCartney: vocais, baixo, guitarras, lap steel guitar, piano, Moog, sintetizador, Mellotron, meia-lua
Paul Epworth: bateria
Produção: Paul Epworth
5. Early Days (McCartney) -
Balada acústica, muito a ver com o disco Flaming
Pie. Ao longo do disco Paul parece estar passeando por momentos distintos
de sua carreira e de algumas de suas influências. A letra fala dos primeiros
tempos ao lado de John: “Dressed in black from head to toe/Two guitars across
our backs/We would walk the city roads/Seeking someone who would listen to the
music/That we were writing down at home” (Vestidos
de preto da cabeça aos pés/Dois violões em nossas costas/Queríamos andar pelas
ruas da cidade/Procurando alguém para ouvir as
músicas/Que estávamos escrevendo em casa). Mais uma bela homenagem de Paul
ao velho amigo.
Paul McCartney: vocais, violão, contrabaixo acústico, harmônio, percussão
Rusty Anderson: violão
Brian Ray: dulcimerEthan Johns: bateria
Abe Laboriel Jr.: backing vocals
Rusty Anderson: violão
Brian Ray: dulcimerEthan Johns: bateria
Abe Laboriel Jr.: backing vocals
Produção: Ethan Johns
Co-produção: Giles Martin
Co-produção: Giles Martin
6. New (McCartney) -
Foi lançada como o single do disco. Quando
ouvi pela primeira vez eu disse: tudo a ver com Beatles de 66/67! Ao que um amigo retrucou dizendo que lembrava
mais Beach Boys. Depois de reouvir concordei, mas o fato é que as duas bandas
no auge de suas carreiras andaram trocando influências de forma que acaba
virando um ciclo. Os vocais, especialmente no final são definitivamente muito Pet Sounds de Brian Wilson e sua turma.
Paul McCartney:
vocais,
baixo, piano, cravo,
Mellotron, órgão
Wurlitzer, congas, maracas, bouzouki
Rusty Anderson: backing vocals, guitarra, bouzouki
Brian Ray: backing vocals, guitarra
Abe Laboriel Jr.: backing vocals, bateria
Paul 'Wix' Wickens: backing vocals
Steve Sidwell: trompete
Jamie Talbot: saxofone tenor
Dave Bishop: saxofone barítono
Rusty Anderson: backing vocals, guitarra, bouzouki
Brian Ray: backing vocals, guitarra
Abe Laboriel Jr.: backing vocals, bateria
Paul 'Wix' Wickens: backing vocals
Steve Sidwell: trompete
Jamie Talbot: saxofone tenor
Dave Bishop: saxofone barítono
Produção: Mark Ronson
Co-produção: Giles Martin
7. Aprecciate (McCartney) -
meio lounge, tem a ver com o Mcartney II, mas vai também para a
linha dos projetos paralelos de Paul, como o Fireman e seus flertes com a música eletrônica. Dá uma variada
estratégica no clima do disco, como se precisasse. Dá para ver que o cara ainda
pensa musicalmente em termos do conceito de um álbum.
Paul McCartney:
vocais, ciguitar, teclados, bateria
Rusty Anderson: backing vocals, guitarra, bouzouki
Brian Ray: backing vocals, guitarra, guitarra barítono
Abe Laboriel Jr.: backing vocals, bateria
Toby Pitman: programação
Rusty Anderson: backing vocals, guitarra, bouzouki
Brian Ray: backing vocals, guitarra, guitarra barítono
Abe Laboriel Jr.: backing vocals, bateria
Toby Pitman: programação
Produção: Giles Martin
8. Everybody Out there (McCartney) - O rock volta à tônica. Uma aula
de como compor, arranjar, gravar e produzir uma música pop de qualidade. Só que
não parece tão simples quando você tenta fazer em casa.
Paul McCartney: vocais,
baixo, guitarra, violão, teclados, piano, Mellotron
Rusty Anderson: guitarras
Brian Ray: guitarras
Paul 'Wix' Wickens: teclados
Abe Laboriel Jr.: bateria
Toby Pitman: programação, teclados
Giles Martin: foot stamp (batidas de pé)
Família McCartney: vocais
Cathy Thompson, Patrick Kiernan, Nina Foster, Laura Melhuish: violinos
Peter Lale, Rachel Robson: violas
Caroline Dale, Katherine Jenkinson, Chris Worsey: violoncelos
Steve McManus, Richard Pryce: baixos
Eliza Marshall, Anna Noakes: flautas
Rusty Anderson: guitarras
Brian Ray: guitarras
Paul 'Wix' Wickens: teclados
Abe Laboriel Jr.: bateria
Toby Pitman: programação, teclados
Giles Martin: foot stamp (batidas de pé)
Família McCartney: vocais
Cathy Thompson, Patrick Kiernan, Nina Foster, Laura Melhuish: violinos
Peter Lale, Rachel Robson: violas
Caroline Dale, Katherine Jenkinson, Chris Worsey: violoncelos
Steve McManus, Richard Pryce: baixos
Eliza Marshall, Anna Noakes: flautas
Produção: Giles Martin
9. Hosanna (McCartney) - Outra balada conduzida por violões, um velho efeito de flanger
que andou passeando em outras canções do álbum reaparece nessa faixa.
Paul McCartney: vocais,
baixo, violão, guitarra, bateria, tape loops
Ethan Johns: iPad tambora app
Ethan Johns: iPad tambora app
Produção:
Ethan Johns
10. I Can Bet (McCartney) - Uma dose do lado mais soul de Paul
aparece nessa faixa bem dançante.
Paul McCartney: vocais, baixo, violão, guitarra, Moog, órgão Wurlitzer,
bateria, percussão, tape loops
Rusty Anderson: guitarra
Paul 'Wix' Wickens: órgão Hammond
Toby Pitman: programação
Rusty Anderson: guitarra
Paul 'Wix' Wickens: órgão Hammond
Toby Pitman: programação
Produção: Giles Martin
11. Looking At Her (McCartney) -
Balada romântica cheia de charme, cantada de forma sussurrada. Tem uma textura
instrumental moderna com programação eletrônica usada sob medida.
Paul McCartney: vocais, baixo,
guitar, Mellotron, Moog, bateria, percussão
Rusty Anderson: guitarra
Toby Pitman: programação, teclados
Rusty Anderson: guitarra
Toby Pitman: programação, teclados
Produção: Giles Martin
12. Road (McCartney/Epworth)
- Usados de forma intensa em todo o disco os teclados conduzem essa música que
também vai um pouco para a linha do lounge
e da new wave e encerra a edição padrão do cd.
Paul McCartney: vocais,
piano, teclados, celeste, percussão
Paul Epworth: baterias
Paul Epworth: baterias
Produção:
Paul Epworth
Bônus Deluxe
Edition:
13. Turned Out (McCartney) -
Mais um rock empolgante do disco. Presente apenas na edição deluxe.
Paul McCartney: vocais, baixo,
guitarra, teclados, sintetizador, tubular bells, bateria, percussão
Ethan Johns, Rusty Anderson, Brian Ray: guitarras
Abe Laboriel Jr.: backing vocals, bateria
Ethan Johns, Rusty Anderson, Brian Ray: guitarras
Abe Laboriel Jr.: backing vocals, bateria
Produção: Ethan Johns
Co-produção: Giles Martin
14. Get Me Out Of
Here (McCartney) - Presente também apenas na edição deluxe, essa balada country
fecha o pacote. Como já fez antes em outros discos, Paul incluiu no final dessa música uma faixa “escondida”. O nome da décima quinta canção do disco é “Scared” e tem apenas Paul cantando e tocando piano. Uma balada despretensiosa, mas que não deixa de ser mais uma amostra do
excepcional padrão de composição de Paul.
Paul McCartney: vocais, violão, ngoni, washboard
Rusty Anderson: garrafa d’água
Brian Ray: backing vocals, congas
Abe Laboriel Jr.: backing vocals, djembe, bumbo
Rusty Anderson: garrafa d’água
Brian Ray: backing vocals, congas
Abe Laboriel Jr.: backing vocals, djembe, bumbo
Produção: Giles Martin
New não apresenta necessariamente um “novo” Paul, mas o “velho”
Macca que sempre está ligado ao que está rolando. Fato confirmado pela presença
de jovens produtores como Giles Martin (filho de George Martin, o lendário produtor
dos Beatles, e que já produziu Jeff Beck, Elvis Costello, Kate Bush), Paul Epworth
(Adele, Primal Scream), Mark Ronson (Nikka Costa, Lily Allen, Amy Winehouse,
Adele, Duran Duran), Ethan Johns (Kings Of Leon, Joe Cocker, Counting Crows,
Jayhawks). Não é nenhuma novidade também, mas ele mantém a exploração de instrumentos
não convencionais no rock como fez tantas vezes com os Beatles, Wings ou em
carreira solo, sejam eles típicos de regiões africanas como ngoni, djembe ou da Grécia como o bouzouki;
a tábua de lavar roupas “washboard”
de origem no blues norte-americano;
uma percussão eletrônica executada num iPad; a sua ciguitar, aquela guitarra em formato de caixa de charutos que ele
usou na apresentação e gravação da música “Cut
Me Some Slack” com o Nirvana; e mesmo instrumentos de brinquedo como o “play-me-a-songbook”. Ao mesmo tempo,
Paul não abandona a raiz de seu passado musical. Não é à toa que ouvimos
referências ao Queen e Beach Boys e também à banda predileta dos integrantes do
Queen, assim como de Brian Wilson, líder dos Beach Boys e fatalmente a banda
predileta de Paul, os Beatles.
Sabe que eu não compro mais CDs, e no entanto, tive que comprar a edição Deluxe de "New". Gostei muito desse álbum, e minha favorita é "On my way to work", que me dá uma felicidade inexplicável quando a escuto. Enquanto esse "véio" querido Sir existir, eu vou gastar dinheiro na loja de CDs. E adorei o post, gostei de tu ter ressaltado a sonoridade de cada canção relacionando a algum álbum antigo do "Véio". Um New não tão New assim.
ResponderExcluirComo assim você não compra mais CDs, Camila? Só compra vinil ou não compra mais discos em geral? Eu não vivo sem eles.
ResponderExcluirSei lá, eu dou preferência para o vinis mesmo, e os cds eu costumo baixar. Sei que não é o mesmo, mas só compro CD de álbuns que são obrigatórios pra mim. Antes do NEW, o último que comprei foi aquele do Sinatra com o Jobim <3 E também compro quando o preço compensa também.
ResponderExcluirAh sim, eu também dou preferência aos vinis. Compro o CD quando não tem o vinil disponível (ou em alguns casos que fica mais em conta mesmo).
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