Essencialmente um blog de textos
autorais assinados por mim e guardando (sem receios) pontos de vistas, por vezes, altamente
pessoais, parafraseio vocês sabem quem para dizer que “nunca antes na história
do Rock’n Geral” uma postagem teve foco em algum vídeo, áudio ou texto de
terceiros. Mas, diante do brilhante discurso de Augusto Licks em respostas às perguntas de fãs enviadas pela
internet como parte da campanha de financiamento de seu Workshop “Do Quarto Para O
Mundo” a se realizar em Belo Horizonte no dia 17 de outubro, não resisti e
resolvi postar na íntegra aqui a conversa realizada com ele por intermédio de Rodrigo Pedrosa e Manu Meneses que faz uma pequena introdução a temas que serão
abordados pelo músico no workshop. Augusto Licks permanece com a mesma
sobriedade que caracterizou sua carreira ao longo do tempo, extremamente
consciente de seu papel na música e do músico em geral em seu contexto social.
Entre as dezenas de perguntas realizadas sobre tecnologia musical, escolha de
instrumentos, influências musicais, improvisação, vocês poderão ouvir uma
enviada por este que vos escreve, mas destaco aqui a última resposta dada por
Licks para uma pergunta recorrente que já ouvi muitos músicos responderem, mas
que realmente evidencia quem é o homem Augusto Moacir Licks. Um cara que se coloca diante da vida de forma humilde, mas ao
mesmo tempo consciente de sua capacidade de trabalho. Apesar de todas as realizações e glórias conquistadas, ele se mostra despido de
vaidades tolas tão comuns no meio musical. Muito além do músico, é possível ver o exemplo de ser humano que ele é. Abaixo, a pergunta e resposta final
da entrevista (apenas transcritas sem edição) e no link a entrevista completa
em áudio.
P -... você se apresentou para
grandes platéias, públicos de milhares de pessoas, dividiu o palco com grandes
artistas no Hollywood Rock, no Rock In Rio, fez turnês por vários países do
mundo, qual recado você deixa um músico
que está iniciado agora? Qual recado você deixa realmente?
R - Olha, você fez menção à
muitas coisas, digamos assim, grandiosas, né? Grandes eventos, grandes viagens...
eu diria para um músico iniciante, que ele não se deixe sensibilizar tanto pela
grandiosidade do evento, se ele tocar no bairro dele, num local para meia dúzia
de pessoas ou menos, aquelas poucas pessoas vão desafiá-lo, desafiar no bom sentido,
a dar o seu depoimento musical, a tocar a sua música para elas, e isso, às
vezes, é muito mais difícil do que tocar num estádio lotado. Então, não se
preocupe com a grandiosidade das coisas, apenas que nesse ritual que é fazer
uma apresentação, um concerto, isso é uma coisa que, muda a tecnologia,
aparecem máquinas novas, isso aí não muda. Esse ritual de alguém chegar ali
pegar um instrumento, ou voz, cantar alguma coisa, de repente, umas das poucas
pessoas que está ali assistindo, ouvindo, talvez para uma dessas pessoas, a
vida mude.
Clique no link abaixo para ouvir a entrevista na íntegra:
A campanha de financiamento do
Workshop "Do Quarto Para O Mundo" de Augusto Licks em Belo Horizonte segue até o dia 6 de outubro. Já foram
arrecadados 41% do valor total. Para os músicos iniciados ou iniciantes, a cota 7 dá direito a um mês de aula na Alaúde Escola de Música. Participe!