domingo, dezembro 06, 2015

Banda Várias Variáveis + Robert Moura em Belo Horizonte




A partir de um convite feito pela Roma Produtora, irei tocar nos próximos dias 19 e 20 de dezembro numa festa de confraternização de fãs da banda Engenheiros do Hawaii. O show será no formato voz e violão. No repertório, apenas canções da fase Gessinger, Licks & Maltz com uma atenção especial às canções do chamado lado B da banda.

Na sequência, haverá apresentações da banda cover de Brasília, Várias Variáveis. A banda é formada por Nando Lima (voz, baixo, teclados e programações), Daniel Reis (guitarra, violão, harmônica e voz) e Jhonata Pikeno (bateria e percussão). Entre outras canções de todas as fases dos Engenheiros, eles tocarão na íntegra os álbuns  "A Revolta dos Dândis" no sábado e "Várias Variáveis" no domingo.

Programa imperdível para quem curte os Engenheiros do Hawaii.

O site enghaw.com.br publicou uma matéria super caprichada sobre o evento. Para acessar clique no link: http://enghaw.com.br/vc-enghaw/banda-varias-variaveis-e-robert-moura/

Endereço: Rua Espírito Santo, 348, Centro BH. (Caminhada de 3 minutos | 220 metros | ao Cine Theatro Brasil Vallourec)
Data: 19 (sábado) e 20/12 (domingo)
Horário: 19/12 - sábado (16h às 20h) - 20/12 - domingo (14h às 18h)
Ingressos: https://www.sympla.com.br/varias-variaveis--robert-moura__50825

Em tempo: A banda Várias Variáveis também se apresenta na capital mineira na sexta-feira dia 18/12 na Casa Cultural Matriz (R. Guajajaras, 1353 - fone: 031 3212-6122) a partir das 22h.
 

terça-feira, setembro 29, 2015

Augusto Licks - Workshop em Belo Horizonte [CONFIRMADO]





Oito dias antes do encerramento da campanha de financiamento no site Kickante e com 52% do valor arrecadado, os produtores confirmaram a realização do Workshop "Do Quarto Para o Mundo" de Augusto Licks em Belo Horizonte no dia 17 de outubro. 

Entre as cotas de apoio à campanha, ainda tem disponíveis opções para quem pretende participar do workshop, e também para aqueles que querem simplesmente apoiar o projeto, mas que também receberão algumas recompensas como pôsteres, palhetas, participação em grupo privado na web e aulas de música.

Abaixo segue o link de um vídeo criado pela produção do workshop focalizando dois momentos da carreira de Augusto, o primeiro ainda nos anos 1990 e o segundo há duas semanas atrás no qual consta trecho da entrevista feita exclusivamente para a campanha no qual ele respondia exatamente a uma pergunta deste que vos escreve:


domingo, setembro 20, 2015

Augusto Licks - Entrevista sobre Workshop "Do Quarto Para O Mundo"






Essencialmente um blog de textos autorais assinados por mim e guardando (sem receios) pontos de vistas, por vezes, altamente pessoais, parafraseio vocês sabem quem para dizer que “nunca antes na história do Rock’n Geral” uma postagem teve foco em algum vídeo, áudio ou texto de terceiros. Mas, diante do brilhante discurso de Augusto Licks em respostas às perguntas de fãs enviadas pela internet como parte da campanha de financiamento de seu Workshop “Do Quarto Para O Mundo” a se realizar em Belo Horizonte no dia 17 de outubro, não resisti e resolvi postar na íntegra aqui a conversa realizada com ele por intermédio de Rodrigo Pedrosa e Manu Meneses que faz uma pequena introdução a temas que serão abordados pelo músico no workshop. Augusto Licks permanece com a mesma sobriedade que caracterizou sua carreira ao longo do tempo, extremamente consciente de seu papel na música e do músico em geral em seu contexto social. Entre as dezenas de perguntas realizadas sobre tecnologia musical, escolha de instrumentos, influências musicais, improvisação, vocês poderão ouvir uma enviada por este que vos escreve, mas destaco aqui a última resposta dada por Licks para uma pergunta recorrente que já ouvi muitos músicos responderem, mas que realmente evidencia quem é o homem Augusto Moacir Licks. Um cara que se coloca diante da vida de forma humilde, mas ao mesmo tempo consciente de sua capacidade de trabalho. Apesar de todas as realizações e glórias conquistadas, ele se mostra despido de vaidades tolas tão comuns no meio musical. Muito além do músico, é possível ver o exemplo de ser humano que ele é. Abaixo, a pergunta e resposta final da entrevista (apenas transcritas sem edição) e no link a entrevista completa em áudio.


P -... você se apresentou para grandes platéias, públicos de milhares de pessoas, dividiu o palco com grandes artistas no Hollywood Rock, no Rock In Rio, fez turnês por vários países do mundo,  qual recado você deixa um músico que está iniciado agora? Qual recado você deixa realmente?




R - Olha, você fez menção à muitas coisas, digamos assim, grandiosas, né? Grandes eventos, grandes viagens... eu diria para um músico iniciante, que ele não se deixe sensibilizar tanto pela grandiosidade do evento, se ele tocar no bairro dele, num local para meia dúzia de pessoas ou menos, aquelas poucas pessoas vão desafiá-lo, desafiar no bom sentido, a dar o seu depoimento musical, a tocar a sua música para elas, e isso, às vezes, é muito mais difícil do que tocar num estádio lotado. Então, não se preocupe com a grandiosidade das coisas, apenas que nesse ritual que é fazer uma apresentação, um concerto, isso é uma coisa que, muda a tecnologia, aparecem máquinas novas, isso aí não muda. Esse ritual de alguém chegar ali pegar um instrumento, ou voz, cantar alguma coisa, de repente, umas das poucas pessoas que está ali assistindo, ouvindo, talvez para uma dessas pessoas, a vida mude.


Clique no link abaixo para ouvir a entrevista na íntegra:



A campanha de financiamento do Workshop "Do Quarto Para O Mundo" de Augusto Licks em Belo Horizonte segue até o dia 6 de outubro. Já foram arrecadados 41% do valor total. Para os músicos iniciados ou iniciantes, a cota 7 dá direito a um mês de aula na Alaúde Escola de Música. Participe! 

 




domingo, setembro 13, 2015

Jeff Beck – Who Else! (1999)





Jeff Beck é um músico que sempre procurou explorar novos sons com sua música e esse desafio fez com que seus trabalhos sempre soem distintos. Não foi diferente em Who Else!, álbum lançado pelo guitarrista em 1999 no qual ele explora a música eletrônica, através de uma abordagem ritmíca techno, ainda que mantenha sua assinatura com um pé no blues e no rock clássico dos anos 60.


As duas primeiras faixas do disco, “What Mama Said” e “Psycho Sam”, trazem a influência da música techno e um pouco do peso do rock industrial. A guitarra de Jeff soa rascante, e bastante “moderna”, com frases gerando resultados bem diferentes do que um guitarrista pensaria normalmente. Jeff parece pensar no instrumento como um DJ nessas duas músicas. “Psycho Sam” traz Pino Paladino no baixo e Manu Katches na bateria e percussão. A banda base do disco tem Jennifer Batten na guitarra, Steve Alexander na bateria, Randy Hope-Taylor no baixo e Tony Hymas (também produtor do disco junto com Jeff Beck) nos teclados e efeitos. “Brush With The Blues”, gravada ao vivo, apresenta o guitarrista com sua sonoridade mais “tradicional”, digamos assim, num daqueles seus momentos de solos geniais. Uma aula de improvisação. “Blast From The East” retorna à onda techno, mas combinando com um riff de guitarra bem anos 60, com um quê de surf music, algo meio Dick Dale. “Space For The Papa” segue na mesma toada eletrônica, porém numa abordagem mais “lounge” com um riff meio hipnotizante, quase um mantra. O longo interlúdio no meio da música também reforça o clima oriental da faixa, e ao mesmo tempo nos traz Jimi Hendrix à mente. “Angel (Footsteps)” tem um som etéreo que se mantém todo o tempo de forma contemplativa e meditativa. Em “THX138”, Jeff busca novamente apoio no techno, mas sem a inspiração das faixas anteriores, fica parecendo aquela típica música para “completar o disco”. Se eu falei na melodia hipnotizante de “Space For The Papa”, e isso acontece também com outras músicas do disco, essa intenção de Jeff se faz presente na faixa seguinte de maneira explícita desde o título: “Hip-notica”. Curiosamente a faixa não consegue atingir tanto esse objetivo como algumas de suas parceiras anteriores. “Even Odds” com uma pegada mais rockeira clássica já chega com um riff à lá Jimmy Page, até a levada da bateria tocado por  Jan Hammer tem algo de John Bonham, lembrando muito o Led Zeppelin. No entanto, logo depois dessa breve primeira parte da música (praticamente uma introdução), surge uma bela melodia de Beck (que na verdade até me parece tocada por Jennifer Batten em sua guitarra midi soando próxima de um saxofone). “Declan” tem o velho truque de Jeff Beck tocando usando o botão de volume da guitarra, de forma que se aproxima do ataque de um arco no violino. A música tem participação de Clive Bell (flautas), Bob Loveday (violino), Mark John (violão) e Simon Wallace (sintetizadores). A música nos faz viajar por paisagens campestres norte-americanas, alguma coisa dos velhos westerns está implícita nela. “Another Place” fecha o disco, executada apenas por Jeff Beck num arranjo solo de guitarra. Um breve, mas tocante improviso.


Em Who Else!, Jeff Beck continuou sendo o músico inventivo de sempre, reafirmando sua musicalidade ímpar, com timbres de guitarra absolutamente únicos, e apesar de sua origem musical no blues e rock britânico dos anos 60, sua música continuava (e continua) apontando para algum lugar no tempo muito mais à frente. Ouvindo esse disco lançado em 1999, tenho a sensação que ainda não chegamos ao ponto em que Jeff estava quando o gravou há 16 anos.



Ainda: a campanha de financiamento do Workshop "Do Quarto Para O Mundo" de Augusto Licks em Belo Horizonte começa a entrar em sua reta final. Já foram arrecadados 30% do valor total. A nova cota dá direito a um mês de aula na Alaúde Escola de Música. Confira! 



domingo, setembro 06, 2015

Nei Lisboa - Pra Viajar no Cosmos Não Precisa Gasolina (1983)




A movimentação em torno da campanha de financiamento coletivo para a realização de um workshop de Augusto Licks em Belo Horizonte me remeteu a esse disco. Pra Viajar No Cosmos Não Precisa Gasolina foi o álbum de estreia do cantor e compositor gaúcho, Nei Lisboa. Na época, tocando com Nei Lisboa, além de sua guitarra marcante, Licks assinaria algumas parcerias com ele.  Entre elas, a faixa título. Coincidentemente, sua produção também foi resultado de um projeto de financiamento coletivo ancorado pelo artista. Quem comprasse antecipadamente o “Nei Lisbônus” garantia seu exemplar do disco. 

“A Tribo Todo Dia Em Festa” abre o disco com uma levada reggae. Um tecladinho malandro reforça essa inclinação da música. A letra traz um jogo de palavras onde sobressaem aliterações, “Keka qué casá com Zeca, Lolô loca coca? Cola e som, Marta Maharish meditação”. A tribo todo em dia em festa da qual Nei fala, não poderia ser outra senão “o povo brasileiro” que “sofri pá pagá o pão, bebi chopp e faz a revolução”. A curiosamente intitulada “Me Chama de Robert” é um frevo que fala de um certo gringo americano chamado Robert que Nei Lisboa conheceu em Porto Alegre e que depois de tomar umas e outras se “transformava” num "super-herói" que jogava bola como Pelé, e entre outros "super poderes"  se tornava uma chaminé ao fumar, e também virava a mãe do Brasil (se não conseguiu entender muita coisa, essa música já rendeu uma resenha no rockngeral depois de um encontro meu com o Nei Lisboa que você pode conferir aqui e se inteirar mais). O blues “Não Me Pergunte A Hora” foi escrita por Nei em parceria com Augusto Licks. Provavelmente a melhor faixa do disco, ela tem um dos muitos grandes solos que o guitarrista deixou registrados em sua carreira discográfica. A voz agradável e bela interpretação de Nei valorizam ainda mais cada um dos versos que ele escreveu para a canção. “Síndrome de Abstinência” traz a sonoridade gaúcha mais à tona com uma característica milongueira, mas também apresenta um breve interlúdio jazzístico. Com arranjos delicados de violão, “Doddy II” é outra faixa tocante do disco. A faixa título surge incorporando mais uma vez o blues ao som de Nei. Outra bem sucedida parceria com Licks e que também traz sua guitarra como destaque. Aliás, foi Augusto quem completou a frase, iniciada por Nei Lisboa ao dizer que “não precisa gasolina” pra viajar no cosmos.  “No no chance” é quase uma vinheta que passeia do jazz ao frevo e ao samba, tirando um leve sarro com os sobrinhos do Tio Sam (olha o Robert gringo aí de novo). “Rabo de Foguete” é uma parceria de Nei com Iotomar Polsko que traz uma citação à “Prenda Minha”, música tradicional gaúcha. “Exaltação” é uma elegia à erva...à erva com a qual se faz chimarrão. A música também se aproxima da sonoridade tradicional gaúcha. “Sinal Azul” é uma balada caprichada de Nei Lisboa em parceria com Augusto Licks, Glauco Sagebin e Peninha. “Água Benta” de Nei, Augusto e Clóvis Frimm fecha o disco com um quê de otimismo, e como a sonoridade geral do disco, tem aquela dose de “nostalgia artificial” dos anos 1980 que ficou datada tão rápido.

Com uma forte raiz gaúcha, mas sem se prender a tradicionalismos forçados, Nei revigorou a música de sua região, porém, atento a outras influências de diversas fontes como o rock, o jazz, o reggae, bem como diversas vertentes da música brasileira, como o frevo e o samba. Seus trabalhos seguintes tratariam de reafirmar isso a cada novo lançamento. Pra Viajar No Cosmos Não Precisa de Gasolina lançado como disco independente foi um grande cartão de apresentação de Nei Lisboa à música brasileira.




Em tempo: segue a campanha de financiamento do Workshop do Quarto Para O Mundo de Augusto Licks em Belo Horizonte. Já foram arrecadados 26% do valor total. Participe!