Não se deixe levar
pelo título enganoso deste post, ele está longe de ser uma daquelas listas picaretas de “melhores” do ano, o fato é que resolvi conferir o que teve de
lançamentos de discos em 2011 e descobri (eu já sabia) que além de não ouvir
quase nada do que rola na atualidade (até os lançamentos de alguns prediletos
da casa ainda não caíram em minhas mãos como o disco do Clapton com Wynton
Marsalis e o ballet Ocean´s Kingdom composto por Paul McCartney), o Rock se fez
mais presente em livros e shows do que discos em minha vida em 2011, mas a idéia aqui não é outra senão apresentar os discos que me
pintaram no ano que se passou, independente do ano em que foram lançados. A
lista dos que me lembrei de ter adquirido e valem a pena ser citados e
convidados a serem ouvidos é essa:
Nei Lisboa - Vapor da
Estação (ao vivo) - 2010
CD promocional lançado
em comemoração aos trinta anos de carreira do músico gaúcho Nei Lisboa juntamente com a turnê de mesmo
nome, a qual assisti a duas apresentações, uma em BH em 2010 e outra em 2011 em
Porto Alegre que em breve será comentada aqui na lista dos shows que vi no ano
passado. O show que consta no disco foi gravado dentro do Projeto Toca Brasil
em São Paulo no ano de 2004 e traz canções como Telhados de Paris, Baladas,
Dirá, Dirás, Pra Te Lembrar e Cena Beatnik, a única faixa inédita do disco é
Vapor da Estação e foi gravada em estúdio em Porto Alegre em 2010. Pop,
regional e minimalista. Nei é genial.
Obs: esse cd se trata
de um disco de divulgação para a imprensa e foi vendido apenas em alguns shows
do Nei, portanto não sei se ainda tem como adquiri-lo facilmente. De qualquer
forma os que se interessarem dêem uma passada no site oficial: http://www.neilisboa.com.br/
Beethoven - Complete Works (box com 85 CDs) 2011 - Brilliant Classics
Um desejo antigo era
adquirir a obra completa do meu compositor predileto e uma barganha num site
gringo ajudou a resolver o problema. Só não sobrou tempo ainda para ouvir tudo
como se deve, mas do que ouvi posso destacar a presença dos pianistas Alfred
Brendel, Clara Haskil e Friedrich Gulda, o violinista Arthur Grumiaux e o
violoncelista Heinrich Schiff. Além das obras mais consagradas pelas quais o compositor
é conhecido como as suas sinfonias, quartetos de cordas, as sonatas e concertos
com grande destaque para o piano, violino e violoncelo, foi uma grata surpresa
tomar conhecimento de algumas obras "menores" de sua lavra como umas
peças vocais curtas (que não são necessariamente o ponto alto de sua obra) das
quais eu destaco as Irish Songs, algumas composições para grupo de sopros e o
uso de bandolim na obra do grande mestre que eu também desconhecia. De repente,
quando terminar de ouvir os discos volto a comentá-los aqui.
Joseph Haydn - Signature Classics (box com 5 CDs)
2008 C&B Productions
Espécie de Greatest
Hits do compositor esse box reúne algumas das sinfonias mais conhecidas de
Haydn, um dos mestres (pero, no mucho) de Beethoven. Entre as obras, as
sinfonias: L' Impériale N. 53 em D, Suprise N.94 em G, La Poule em Gm, The
Clock N.1O1 e a London Symphony N.104 em D; e o Quartetos de Cordas N.62 em C
"Emperor Quartet". Na interpretação, o Caspar Salo Quartet, a
Orquestra Sinfônica de Berlin que aparece numa série de danças germânicas e
London Festival Orchestra, entre outras orquestras europeias.
Works Of Stravinsky - Sony Classics (box com
22 CDs) 2007
Presente da mamãe,
esse é outro achado, a obra completa do compositor Igor Stravinsky regida por
ele mesmo em sua quase totalidade e com sua presença ao piano em algumas peças.
Para os estudantes de música os trechos de alguns ensaios são um ótimo bônus
que mostram Stravinsky corrigindo algumas interpretações dos músicos e sugerindo
como deve soar o fraseado de determinadas passagens. Na maior parte das obras a
orquestra é a Columbia Symphony Orchestra com destaque para CBC Symphony
Orchestra que também aparece com frequência e a Royal Philharmonic Orchestra na ópera The Rake's Progress. Quando Stravinsky não comanda a batuta quem rege é seu
amigo Robert Craft. Os notórios ballets, The Firebird, Petrushka e Le
Sacre du Printemps dispensam comentários, pelo menos os meus, que cito aqui a
Sinfonia em E-flat Op.1 e as Miniature Masterpieces entre as que mais me
agradaram no pacote que ainda também não terminei de ouvir. Ah, não poderia
deixar de destacar a presença do grandessíssimo violonista brasileiro Laurindo
de Almeida na série Four Songs.
Paul McCartney - RAM - 1971 EMI
Ok, minha lista de
discos de 2011 inclui um álbum lançado 40 anos antes, mas eu disse que era
simplesmente uma lista de discos adquiridos no ano, né? E por ironia quase que
eu não incluía um disco de rock no pacote. Esse foi um presente do Sr.
Francisco que é um velho bêbado que costuma frequentar os mesmos “butecos” (e
por coincidência também as mesmas mesas de “buteco”) que eu. Disco do cara
provavelmente mais citado neste blog, veio em boa hora numa edição em vinil que
já tinha espaço reservado na estante.
Too Many People, Heart
Of The Country, Uncle Albert/Admiral Halsey com arranjo do velho parceiro
George Martin (que acabou por ganhar o Grammy de melhor arranjo pop do ano)
estão nele, além de uma das minhas canções prediletas e pouco lembradas de
Paul: Dear Boy. De quebra uma daquelas baladas como só Paul sabe fazer, The Back
Seat Of My Car na qual o baterista Denny Seiwell que considera Ram o melhor
disco já produzido por Paul, diz ter se inspirado na música brasileira para
gravá-la.
Em tempo: a expressão
Ram On, título de uma das músicas do álbum Ram (carneiro em inglês, o bichinho que Paulie segura na capa do disco) significa
"entrar de cabeça", "ir fundo", "meter a cara",
"ser positivo" então essa fica sendo a mensagem (ainda que tardia)
aos leitores do rockngeral para o ano que se inicia... e paciência, muita paciência...
aliás, quem tiver p'ra vender me avise que eu 'to comprando.
Excelente postagem Doctor Robert. Gostei de presente da mamãe, presente do velho bêbado e do Beethoven. Eu estava tentando lembrar o que andei comprando em 2011, o livro do Erasmo, o disco do Roberto narrando o Pedro e o Lobo, alguns dvds de especiais do Roberto de fim de ano na Globo, alguns Elvis em vinil, camisetas, não é de estranhar as vezes quando eu penso: Pô eu to sempre sem dinheiro uhauauhauhaha, ah, claro, tudo isso fora a grana gasta em ensaios.
ResponderExcluirBem-vindo ao clube! Sina de músico isso.
ExcluirEm tempo: não sou lá muito de ouvir clássicos, mas de olhar essa caixa do Beethoven dá vontade de ouvir. Stravinski é outro que tenho vontade de conhecer.
ResponderExcluirEm tempo também: aceito doações de discos e fita cassete original hehe.
Em tempo II (A missão): consegui em 2011 a fita original do disco do Roberto de 1981 o Ele está pra chegar.
ResponderExcluirDiscaço! Acho que do Rei em K7 só tenho dois discos o de 86 e o de 96.
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