Na tentativa de tirar o atraso do blog que ficou
praticamente parado durante todo o ano de 2011 darei uma repassada aqui em
alguns shows, lançamentos de discos, livros e acontecimentos no universo do
rock e da música em geral ocorridos nesse período. Em alguns casos é só para
lembrar, em outros como nos discos e livros fica a dica para quem ainda não
ouviu ou leu.
Começo então com uma das melhores leituras do ano que foi a
autobiografia de Keith Richards que
embora lançada no fim de 2010, eu li em 2011. Com o título simples e incisivo
de Vida (Life no original editado pela Little, Brown & Company), o livro foi lançado no Brasil pela Editora Globo. Numa narrativa muito boa (coordenada por James Fox) e recheada de detalhes, ele
conta a sua história e a dos Rolling Stones como nenhum biógrafo poderia fazer, do ângulo
de quem viu os acontecimentos de dentro; cheio de humor e da boa malandragem
que a vida o ensinou.
Mesmo abordando muito o lado pessoal (por mais que eu leia
biografias com certa freqüência esse aspecto não costuma ser o que mais me
interessa a não ser quando os fatos citados realmente influem e refletem no
trabalho do biografado ou fornecem pistas para compreensão de sua obra), Keith
capricha nas informações sobre composições e nas gravações da banda, seu estilo
de tocar guitarra e ainda alguns dos equipamentos usados por ele. Sem fazer
restrições ele solta tudo, desfaz o mito de Brian Jones, fala das drogas de uma
maneira aberta e honesta, assim como Clapton fez em seu livro que ao contrário
do que se possa pensar, em ambos os casos está muito longe de estimular o seu
uso (os dois viveram longos dramas para se livrarem do vício em heroína). Todas
as polêmicas em que se envolveu na vida estão lá, as prisões, o casamento conturbado
com Anita Pallenberg, as loucuras nas estradas numa época em que os esquemas de
segurança eram bem diferentes de hoje, as lendas sobre as supostas trocas de
sangue que ele teria realizado (confesso que eu mesmo cheguei a acreditar nisso
durante um bom tempo). Ele ainda discorre sobre os desentendimentos com o amigo e parceiro de banda Mick Jagger, mostra um lado talvez inesperado de personalidades como Chuck
Berry e Bob Marley e revela a parceria numa canção que começou a fazer com Paul
McCartney há poucos anos atrás que acabou esquecida por eles.
Juntando tudo, o que temos é quase um manual de
sobrevivência de Mr. Keith Richards (mas não vá tentar usá-lo, tenho a
impressão que não daria certo com mais ninguém). Ele jura na orelha do livro
que não se esqueceu de nada. Uma pena. Bem que ele poderia se lembrar de mais
estórias para contar numa versão atualizada do livro.
Grande Doctor Robert. Relatos de astros do rock, o pessoal já associa Sexo, Drogas e Rock n Roll. Eu fico imaginando uma turnê desses caras todos por aí. O que rolava, antes de pensar em hotel, eu imagino os empregados dos hotéis quando eles se hospedavam, o que vinha a mente. No caso de Mr. Keith, Jimmy Page, Keith Moon, todos malucos beleza. John Lennon chegou a comparar as tours dos Beatles com Satiricon de Fellini e tantos outros rockeiros que fizeram a trilha sonora de muita gente por aí. Espero poder ler esse livro, mas tem uns dois na fila, a biografia do Erasmo que eu quero ler de novo e O Diário dos Beatles por Barry Miles. Quando vou a algum sebo ou livraria, vou em primeiro lugar em Biografias. Mas até uma questão para se levantar em post: Porque TODO livro anda na casa dos R$ 50,00? Eu particularmente acho caro.
ResponderExcluirPois é, complicado o mercado editorial brasileiro, os preços dos livros, especialmente lançamentos são bem caros, não sei se é exclusividade do Brasil porque tenho comprado uns importados através de sites gringos e até assusto como sai em conta alguns títulos, acabei de encomendar um dos Beatles de 368 páginas por meras 12 dolletas. Esse livro do Keith eu li emprestado por um amigo, mas pretendo comprá-lo futuramente quando baratear porque está caro mesmo...e aí fica a pergunta clichê: é caro porque vendo pouco ou vendo pouco porque é caro?
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